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Adote a Cultura

  • Foto do escritor: Catia Sintinella
    Catia Sintinella
  • 26 de jul. de 2022
  • 2 min de leitura

Atualizado: 19 de fev.



Antes de se mudar para outro país, é essencial conhecer a cultura local, o comportamento das pessoas, o funcionamento da sociedade e a legislação. No entanto, há uma grande diferença entre conhecer essa cultura e adotá-la, além da necessidade de se adaptar a novas leis e normas.

Na minha opinião, ao considerar uma mudança de país, toda pessoa deveria se perguntar o quão resiliente é para se adequar a novos hábitos. Se houver a menor dúvida, talvez seja melhor repensar essa decisão, pois a adaptação será difícil para você e, possivelmente, um incômodo para os cidadãos do país que irá recebê-lo.


Para alguns, essa pode parecer uma visão dura e inflexível, mas gostaria de apresentar um outro ponto de vista. Imagine que você é uma pessoa solidária e decide acolher um desconhecido em sua casa. Essa pessoa chega e, sem cerimônia, muda os móveis de lugar, usa suas roupas sem permissão, joga fora a comida que não gosta e critica tudo — desde o seu jeito de se vestir até o que assiste na TV. Além disso, trata mal seus amigos e, por fim, você descobre que seu cartão de crédito foi usado sem autorização.

Como você se sentiria?

Você estaria errado por ter estendido a mão a quem precisava? Não. A culpa não seria sua pelo abuso da sua confiança e hospitalidade.

Naturalmente, ao oferecer ajuda, espera-se pelo menos respeito e reconhecimento, certo?


Infelizmente, é cada vez mais comum ouvir imigrantes reclamando dos franceses, usando termos como preconceituososou racistas. Minha resposta para isso está exatamente no exemplo acima.


A França, formada por franceses e sua cultura, é um país extremamente generoso e solidário. Como em qualquer sociedade organizada, as leis são aplicadas e supervisionadas por fiscais, autoridades públicas e, muitas vezes, pela própria população, especialmente pelos mais idosos.


O conceito de "fazer o que bem entender porque ninguém está olhando" não funciona na França.


Se você escolheu viver em um novo país, evite criticá-lo precipitadamente. Se algo lhe parece estranho ou até absurdo, busque entender sua origem antes de julgar.


E, para refletir, trago um tema que, provavelmente, já despertou sua curiosidade e que gera debates acalorados na França: o uso do véu.

É impossível abordar todos os argumentos e pontos de vista em poucas palavras, mas um aspecto que me chamou a atenção é a visão daqueles que consideram o véu um símbolo de submissão da mulher. Para essas pessoas — homens e mulheres de diferentes religiões —, o uso do véu em um país democrático, como a França, representa uma provocação ao modo de vida livre e um desrespeito à luta e ao sacrifício de milhares de mulheres que batalharam para conquistar um sopro de liberdade.


Deixo vocês com essa reflexão.


À bientôt




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